Lições do Matthew

Faltava mais de uma semana e os serviços de meteorologia já mostravam os modelos gráficos com as possibilidades por onde poderia passar o furacão Matthew nos US. A cada dia as informações eram mais precisas e na medida que a ameaça se confirmava na direção da costa do continente americano (Miami, FL), os serviços de comunicação (rádio, TV, jornais, APP e outros) passaram a dedicar cada vez mais espaço para informar a população sobre as recentes notícias, além de orientar sobre os cuidados que precedem um furacão categoria 4 com ventos entre 210 a 250 km/h.

Seguimos as orientações do National Hurricane Center da NOAA – National Oceanic and Atmospheric Administration onde tem uma página na internet com todos os cuidados preventivos que devem ser adotados para o adequado enfrentamento nos casos de furacão.

Os três dias que antecederam a chegada do Matthew foram bastante tensos e preocupantes, pois ainda não sabíamos se o melhor seria ficar em casa com as proteções que são colocadas nas janelas e portas (vidros) ou se deveríamos evacuar para uma outra cidade fora do cone de possível passagem do furacão.

Foi difícil encontrar água mineral e gás de cozinha, foram os primeiros a esgotar. Os postos de gasolina ficaram com filas enormes e os supermercados e as lojas de material de construção lotados também. Estavam todos buscando pelas mesmas coisas: alimentos, bebidas, gás e materiais para reforçarem a proteção das suas casas.

Cerca de 40 horas antes, começamos a ver que o Matthew já tinha passado por Cuba e continuava na categoria 4, mas só que estava se deslocando mais para o oceano do que para o continente. Apenas com 12 horas de antecedência tivemos a confirmação de que estaríamos fora da área mais perigosa e que os efeitos em nossa região seria o equivalente ao de uma forte tempestade tropical.

As autoridades, a imprensa e os serviços de emergência estavam totalmente mobilizados e a postos para orientar e atender a população em todas as cidades onde havia possibilidade de impacto. Aprendemos também que os dias seguintes da passagem do furacão são os mais difíceis, pois falta energia, as lojas estão fechadas, os hospitais estão lotados, e etc.

Para nossa família foi uma experiência muito tensa, pois o fator inexperiência diante de uma ameaça dessa magnitude pode ser a diferença entre poder contar a história, passar apuros ou ficar sobre os escombros.

A grande lição disso tudo é de que não dá para se preparar de última hora. É preciso estar muito bem informado sobre os riscos de um evento como esse, além de tomar com antecedência todas as providências para a proteção de sua família e do seu patrimônio.

Já estamos nos preparando para próxima temporada!

Matéria publicada em minha coluna no jornal Gazeta Brazilian News: http://gazetanews.com/author/igor-pipolo/.