O Jornal New York Times anunciou a autorização oficial do Presidente Barack Obama dos EUA para o ataque cibernético ao sistema digital que coordena as atividades de enriquecimento nuclear do Irã. O que muitos sabiam, mas evitavam falar em público, pois não se tinha evidência, agora todos sabem com esta ordem explícita e pública.
Todo este ambiente é novo. Será que o Irã poderá reclamar na ONU que sua soberania foi violada e pode “legalmente” retribuir este ato de guerra com um atentado não virtual no solo americano? Ou este fato lhe permite também atacar os EUA no mundo virtual? Esta guerra será contada pelos historiadores como mais uma guerra na humanidade?
O que se deve tirar desta situação é que o mundo virtual é mais real do que imaginamos. E afeta a soberania e autonomia dos países. A questão da compra pelo Brasil de aviões caça, passa pela questão de que se comprarmos de alguns países que pertencem à OTAN, o Brasil nunca poderia fazer um ato não amistoso com estes aviões, pois os programas que comandam estes aviões não permitem determinados comandos e provavelmente podem ser comandados remotamente por seu país fabricante. Estória da carochinha? Neurose? Acho que não.
O Brasil precisa ter sua autonomia no mundo virtual. No ambiente comercial podemos e devemos ser o mais ligado com as demais nações. Mas, quando se adentra ao mundo militar, à defesa do Estado e à soberania da Nação, devemos ter uma tecnologia própria. Se não temos, está a tempo de recomeçar. Algumas tentativas já foram feitas com bons resultados, mas sem uma continuidade na estratégia.
Por enquanto, vamos assistindo a guerra cibernética, desejando não participar dela, mas devemos trabalhar para estar preparados. A Copa do Mundo é importante, mas só pensar nela, só tirar proveito político-eleitoral dela, é levar gol contra na proteção do Estado.