Esta foi a pergunta curta e direta que Davi, 12 anos me fez quando abri para perguntas no WSIF – Web Security Information Fórum, realizado em Maceió/AL em pleno sábado de sol nordestino. Eu tinha acabado a parte de apresentação do tema Políticas e Normas para a Segurança da Informação e tinha exposto a necessidade de se ter regras explícitas para as pessoas das organizações. Davi estava sentado na primeira fila, acompanhando o pai, profissional que apoia inovadores e cuida da imagem de organizações na Web. Vale ressaltar que ao terminar a pergunta o Davi recebeu uma salva de palmas?
Todos os apresentadores sabem dos milissegundos que acontecem entre o fim da pergunta da plateia e o nosso raciocínio para a resposta. Aqueles milissegundos andam devagar nas nossas mentes e fui me organizando mentalmente. Até porque meus filhos não estão mais em idade de serem monitorados. Na prática, tinha me esquecido desta questão.
Minha resposta foi mais ou menos como descrevo abaixo.
Eu entendo que até uma certa idade os pais precisam monitorar os filhos. É como no mundo real. Existe um momento em que os filhos (e filhas) precisam andar sozinhos. É um grande desafio para os filhos e um “medão” para os pais. Perguntei a plateia, de bem mais idade que o Davi: quando fomos sair pela primeira vez sozinhos no mundo real nossos pais disseram que não falássemos com … estranhos, responderam todos. Então, da mesma maneira que existem perigos no mundo real existem perigos no mundo virtual. Perigos para crianças e para os adultos. Perguntei ao Davi: você acha que um filho de 20 anos precisa ser monitorado pelos pais? Não! Foi a resposta do Davi. Completei, e uma criança de 7 ou 8 anos que já sabe brincar com o Tablet na Internet? Precisa, respondeu Davi. Então, existe um período que se precisa monitorar e um outro que não é necessário. A dificuldade, disse para Davi e para a plateia, é estabelecermos quando se dará esta passagem. E neste caso, cada papai e mamãe vão ter que decidir. Eles são responsáveis pelos filhos. Eles precisam ensinar que existem pessoas que querem fazer mal às crianças, mas também que os filhos não podem tirar uma foto da coleguinha e colocar na Internet sem a permissão dos pais da coleguinha. Você mesmo falou (em uma pergunta que fiz durante a apresentação) que não empresta sua senha para amiguinhos, correto? Sim, respondeu o Davi. Mas, tem amigos seus que emprestam a senha para os outros? Tem, respondeu o Davi. Então, você já tem uma consciência maior dos perigos no mundo virtual. Seus amigos ainda não.
Em resumo, meu caro Davi, os pais devem monitorar o filhos na Internet até uma certa idade. E quem define esta idade é o papai e a mamãe, na medida em que o filho se mostra responsável. Perguntei ao Davi se tinha respondido a pergunta dele e se ele tinha outra questão. Ele afirmou que sim. Ao terminar conversei com o Davi fora do auditório. Ele está muito consciente e em relação às regras (políticas e normas) caseiras, mesmo sem concordar com tudo, entende que o papai e a mamãe colocam hora limites para parar o computador e ir dormir, por exemplo.
Davi tem regras. Parabéns aos seus papai e mamãe. Muitos lares não possuem regras na família. E cobram da Escola e do Governo. Regras familiares são definidas e comunicadas em família. Papai e mamãe, a responsabilidade é de vocês. Não fujam e não repassem.
Sua família tem regras para acesso à Internet? E a sua Organização?
Deus abençoe você Davi, meu primo-neto que conheci em plena palestra.