Estamos preparados para enfrentar um sinistro? Mesmo sendo de pequena proporção, como uma colisão de veículos, um mal súbito, um pequeno furto, a perda de documento ou outro contratempo qualquer? Quantas vezes paramos para pensar o que devemos fazer, como devemos responder ou como nos comportarmos quando um contra-tempo aparece de maneira repentina?
Por cultura, quase nunca pensamos em “coisas ruins de maneira boa”. Essa afirmação pode parece um pouco estranha, mas a explicação é simples: as pessoas têm o hábito de sempre pensarem como as coisas boas irão se suceder, mas raramente procuram analisar como elas devem se comportar diante de situações desfavoráveis. Um exemplo prático é o trânsito que atinge a todos que circulam nos grandes centros.
Muitas vezes saímos para a rua sem estarmos preparados para enfrentar situações adversas do dia-a-dia. Para ilustrar, podemos imaginar um motorista que colidiu seu veículo. Se ele estiver com toda a documentação do veículo e seguro em dia, devidamente legalizados, é bem provável que ele possa minimizar os problemas naquele momento. Porém, esta não é a realidade, já que as pessoas esquecem ou não tem o cuidado, de portar tais documentos e, quando o incidente ocorre, o problema se torna muito maior. Tudo isso poderia e deveria ter sido pensado antes de entrar no veículo.
Nós devemos conhecer os riscos que estão atrelados às atividades da nossa rotina. No caso do veículo, devemos observar se tem combustível suficiente para o trajeto e se seus itens e funções estão em ordem para que ele possa ser dirigido dentro dos padrões exigidos por lei, já que o seu desconhecimento não nos isenta do seu cumprimento.
É neste momento que evidenciamos um detalhe: a questão do risco. Temos a opção de até, conscientemente, correr o risco de dirigir um veículo com farol quebrado, lanterna queimada ou mesmo sem buzina; porém, no instante que optamos em dirigir um veículo fora das condições de segurança, estamos considerando os riscos que poderão se concretizar com mais probabilidade.
Surge, então, a importância de pensar de maneira boa sobre as possíveis consequências, caso algo venha a acontecer, ou seja, é importante que as pessoas tomem cuidados preventivos: sair de casa com os documentos necessários (de preferência, com cópia), manter na carteira apenas os cartões utilizados com mais frequência e baixo limite de crédito a fim de evitar prejuízo maior no caso de furto ou perda. É válido ainda considerar a opção de ter cópias ou informações de documentos em um local seguro, já que no caso de um extravio, perda ou furto, é possível solicitar o bloqueio de cartões, sustar cheques e solicitar a segunda via de documentos com mais agilidade.
Estas dicas são válidas para as nossas rotinas e também para as grandes corporações. Utilizando-se do mesmo princípio, algumas empresas trabalham sem a mínima condição de proteção das informações que circulam dentro delas, muitas que nem se preocupam em fazer uma cópia de seus arquivos. Mas a evolução da tecnologia já democratizou os recursos de backups externos, remotos ou não, possibilitando às empresas a manutenção de um banco de dados replicado, longe dos originais, a custos acessíveis. Mesmo que aconteça um incêndio ou que roubem os computadores, as empresas terão suas informações protegidas e, o mais importante, elas terão o mínimo de prejuízo na continuidade de suas operações.
Reitero que a prevenção é importante e essencial antes de tomar pequenas decisões, pois só ao analisar e refletir sobre a relação custo x benefício é possível minimizar os efeitos de eventualidades futuras. Ainda discute-se muito o valor do investimento em segurança, mas esquece-se do valor do que está sendo protegido. Portanto, é fundamental que se conheça os riscos e saiba como se proteger da melhor maneira possível – a avaliação do custo/investimento deve ser secundária à garantia de proteção e segurança do nosso negócio.