Segurança: um compromisso de todos, todos os dias!

Em um país como o Brasil, onde desafios urbanos complexos fazem parte da rotina das grandes capitais, a segurança patrimonial vai muito além da presença de sistemas sofisticados ou da atuação de equipes especializadas. O elo mais frágil ou forte, de qualquer estratégia de segurança ainda é o comportamento humano.

E é justamente nesse ponto, ou seja, o “elo” em que se observa uma grande fragilidade. Lamentavelmente ainda não é uma característica do brasileiro comportar-se preventivamente, em alguns casos, isso é tido como uma chatice.

Observamos uma situação invariável e que se apresenta como um fato preocupante: a baixa conscientização sobre comportamentos preventivos e a alta incidência de negligência ou atitudes incautas. Segundo uma pesquisa do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), muitos incidentes poderiam ser evitados com medidas simples de prevenção, como o cuidado ao compartilhar informações pessoais, a atenção ao acessar residências e o uso adequado de dispositivos de segurança.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023, o Brasil registrou mais de 1,3 milhão de ocorrências de furtos e cerca de 900 mil roubos em todo o território nacional. Em grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, observa-se um aumento de crimes patrimoniais em áreas residenciais e comerciais, muitas vezes associados a falhas em comportamentos preventivos e na adoção de medidas de segurança básicas.

Exemplos práticos do dia a dia:

  • Deixar portões de condomínios abertos por “apenas alguns segundos”, enquanto se espera um visitante ou ficar conversando na frente da residência;
  • Aguardar o carro de aplicativo do lado de fora do condomínio, restaurantes, comércios, shoppings e etc.;
  • Compartilhar rotinas diárias em redes sociais sem considerar os riscos associados;
  • Ignorar procedimentos de identificação de visitantes em condomínios comerciais, confiando apenas na aparência ou em uma justificativa convincente.

Esses são pequenos deslizes que, somados, aumentam significativamente a vulnerabilidade de ambientes residenciais e corporativos, uma vez que o “outro lado” sempre procura por oportunidades, por facilidades, brechas. A baixa consciência e os comportamentos incautos que produzem essas condições.

A construção de uma cultura de segurança exige conscientização contínua e o compromisso de todos os envolvidos. Programas de treinamento, campanhas de educação preventiva e, principalmente, o diálogo aberto entre moradores, entre familiares, entre colaboradores e profissionais de segurança fazem toda a diferença. Criar um ambiente saudável e livre de riscos pode ser uma excelente chance para a produtividade e maior harmonia.

Há muito tempo, temos defendido junto a nossos clientes que seja estabelecido um programa de integração entre as pessoas, toda e qualquer pessoa, que convive, trabalha, mora, frequenta um ambiente, seja ele residencial ou profissional. Isso também vale, e muito, para vizinhos em uma mesma via pois, a segurança preventiva começa na sua casa, na sua rua, no seu bairro.

Vemos o fenômeno das redes sociais, notadamente o WhatsApp que consegue movimentar uma série de informações, comentários, dicas, porém, em sua maioria voltadas para as críticas ou piadas. Imagine se vizinhos de rua, organizassem um grupo único e exclusivamente para emergências, suspeitas, alertas. Sem comentários, cumprimentos ou opiniões, apenas para a segurança local. Defendemos inclusive que o toque desse grupo seja personalizado, diferente dos demais sons do celular. Assim, ao recebermos uma mensagem desse grupo, a situação de atenção das pessoas envolvidas seria maior e mais assertiva. Acender luzes, usar apitos (como fazem em um bairro de Curitiba), chamar a polícia (190), seriam respostas imediatas que poderiam tornar aquele ambiente com baixíssima chance de ações delituosas.

Entre familiares, a combinação de senhas ou palavras-chave para serem trocadas em situações de necessidade ou insegurança, além do compartilhamento das respectivas localizações, troca de avisos (cheguei, sai, estou no…, número do voo e do acento no avião, localização do hotel). Resumindo, quando nos entendemos, nos conhecemos, nos informamos… aumentamos nossa capacidade de defesa.

“Ninguém é tão bom, quanto todos nós juntos”.

Vamos refletir: o que você tem feito hoje para contribuir com um ambiente mais seguro ao seu redor? Compartilhe suas experiências e opiniões nos comentários. Afinal, segurança se constrói em rede.