Uma abordagem usada desde os anos 90, vê-la sendo atualmente repetida nos alerta ainda tratar-se de um desafio, motivo para também repetir a ênfase em sua mensagem principal, explorando a origem desta frase para destacar o destino da área de Segurança no seu compromisso estratégico, objetivo organizacional e expectativa de resultados da mencionada transição. Mais importante do que sair debaixo da escada é ter o destino bem definido e estar preparado para sustentá-lo – “sair de baixo da escada para estar no Board Executivo, Conselho e Fóruns de Investidores”. Desafio: sustentar!
A “saída de baixo da escada” é uma conquista à ser sustentada por cada profissional de Segurança e está praticamente sedimentada, apesar de ainda atendermos alguns líderes com dificuldades na abordagem interna, no uso da linguagem e dos indicadores organizacionais, com propriedade para sustentação dos seus planos e respectiva aprovação de orçamentos, barreiras que, quando enfrentadas e superadas, garantem sucesso nas realizações e resultados sustentados pela “confiança gerando dividendos” (Stephen Covey, “A Velocidade da Confiança”).
As estruturas organizacionais maduras e atuais reconhecem a Segurança nos níveis de diretoria e de vice-presidência, metas intermediárias apontando para o objetivo de contribuição nos Conselhos de Administração e Fóruns de Investidores, pelo valor agregado nas decisões de longo prazo, em favor de todas as partes relacionadas e efeito positivo no mercado financeiro global.
As contribuições de Segurança devem alavancar o valor das ações, uma realidade esperada pelos investidores e evidenciada pelos controles regulatórios, à exemplo da SOX (Sarbanes-Oxley), observando que estas geralmente estão sob a responsabilidade de áreas diversas – Compliance, Jurídico, Auditoria e Controladoria, porém, situações de controle relativo aos riscos de natureza intencional, ou seja, cuja origem está em alguém com a intenção de provocar perdas e danos por diferentes motivações, são unicamente combatidas, apuradas e tratadas, pelas estratégias e operações de Segurança – fraudes, desvios, corrupção e etc., cobrindo as medidas técnicas.
A peculiaridade de nossa competência é também atestada no âmbito da reação quando observamos que, ao deparar-se com uma situação presente ou iminente de prática criminosa, ainda que à partir de uma suposta falha técnica de controle de processo (Recursos Humanos, Financeiro, Jurídico, Operações e etc.), a área de Segurança é imediatamente acionada, para apuração e conclusões que contribuam para esclarecimento sobre a exploração das falhas consideradas técnicas, pela possibilidade destas falhas terem sido criadas ou propositalmente mantidas sob a intencionalidade por interesses alheios ao negócio.
A titulo de curiosidade, vale lembrar que a origem do termo “Segurança embaixo da escada”, está na prática ultrapassada de atribuir responsabilidades de Segurança em tempos da antiga área de Serviços Gerais, hoje sob a responsabilidade da área de Facilities, por empresas que percebiam a Segurança como uma atividade equivalente à Manutenção e Conservação, Logística Interna ou Zeladoria, dependendo da cultura (ou falta de…), e do porte da empresa, visão muito similar ao que vemos hoje nos condomínios, onde o Síndico e o Zelador “cuidam” da Segurança.
Nem todas as empresas sujeitavam-se à contratação de um profissional de Segurança que, naquela época, era buscado nas Forças Armadas ou Segurança Pública, tendo em vista a falta de formação civil para este profissional principalmente em nível de liderança especializada, diferente dos dias de hoje em que toda pessoa têm acesso a formação, técnica ou acadêmica, com suporte de associações do segmento, garantindo trajetórias e carreiras “dedicadas” e exemplares, com excelência na gestão de Segurança Corporativa ou Segurança Empresarial, independentemente da formação militar ou policial, em nível de comando e gestão executiva.
Naquele tempo, as instalações administrativas dos Serviços Gerais se confundiam com as áreas de armazenagem dos materiais de manutenção e limpeza, que geralmente ficavam em setores mais operacionais do que administrativos e, em alguns casos de instalações prediais verticais, a “mesa” do “Chefe de Serviços Gerais” (também chefe da Segurança) era literalmente em uma sala/depósito embaixo da escada, na garagem ou no armazém, instalações tão improvisadas quanto a própria condução da Segurança. Apesar da transição e ajuste de competências, em alguns casos a percepção gerencial da posição na estrutura organizacional não se alterava, mantendo também a posição física da área de Segurança na antiga sala dos Serviços Gerais ou em outro espaço por perto, mas, ainda longe dos setores administrativos.
As áreas de Serviços Gerais daquele tempo são hoje atividades e responsabilidades da área de Facilities que, pelo aperfeiçoamento ao longo do tempo, é também reconhecida pela sua importância e contribuição estratégica no desenvolvimento e resultados dos negócios, gerenciando meios e processos logísticos que sustentam as operações como suporte funcional, porém, na mesma proporção que segue no aperfeiçoamento e extensão das suas competências em favor da estratégia organizacional, distancia-se cada vez mais da condição de liderar a área de Segurança em suas competências e especialidades, em todos os níveis: operativo, controle executivo e direção, principalmente considerando a necessidade de isenção no controle dos riscos e dedicação especializada no tratamento das ameaças contra as vidas e os negócios, que são de nossa competência específica pela já mencionada origem intencional, diferente de causas naturais ou técnicas que podem e devem ser tratadas por especialistas em Prevenção de Acidentes, Incêndio, Saúde, Meio-Ambiente e Engenharia, de forma geral e também especializada.
Por diferentes razões, particulares de conveniência administrativa, estrutura familiar, estruturas nacionais ou nacionalizadas, normalmente desinformadas sobre as competências estratégicas específicas da Segurança, ainda vemos outras áreas, inclusive Facilities, acumulando a liderança ou mesmo função estratégica de Segurança, posicionados na interface ou composição da direção executiva, falha normalmente exposta e somente questionada diante de eventos graves, com impacto sobre vidas ou sobre a capacidade organizacional de atingir os resultados orientados pela estratégia, quando não é comprometida pela “descoberta da existência” de executivos de Segurança, pois, há casos desta falha apenas por ignorância ou engano da Direção Executiva.
Seguimos à disposição e com satisfação para atender profissionais e empresas de outros segmentos ou competências – Compliance, Jurídico, Finanças, Recursos Humanos, Facilities, e etc., no socorro em demandas de Segurança que se apresentam complexas e fora do alcance de suas áreas. Desde que não sejam observadas tentativas de má fé no uso dos nossos conteúdos contratados, seguimos com o nosso principal objetivo de garantir o devido investimento financeiro e a efetiva realização das soluções, atestando nosso interesse legítimo e responsabilidade sobre os resultados em favor das vidas e negócios, combatendo e até remediando a falsa percepção de competência no tratamento dos riscos de segurança, prevenindo e corrigindo a eventual repetição da falha estrutural e estratégica do passado, e sua consequente tentativa de manter ou realocar a Segurança “embaixo da escada”.
Que este artigo agregue instrução aos usuários, aos operadores e aos decisores de Segurança, bem como traga melhor percepção da realidade, como um apelo à responsabilidade sobre a vida das pessoas e capacidade de continuidade dos negócios.