Alarme falso dói no Bolso

Para não fazer valer o ditado “Casa de ferreiro, espeto de pau”, assim que cheguei por aqui, nos EUA, contratei uma empresa especializada para fazer a revisão e atualização do sistema de alarme da nossa casa.

Em aproximadamente 5 horas de trabalho, o técnico instalou uma nova central de alarme, dois teclados, 4 botões de pânico e revisou todos os sensores de portas, janelas, de presença e de detecção de fumaça, deixando toda fiação organizada e identificada como manda o figurino! Não ficou uma sujeirinha no chão, nem nas paredes.

Ao término do seu trabalho, ele me passou o manual de instruções e de operação. Ajustamos a programação e fizemos alguns testes juntos para que eu me familiarizasse com o novo sistema e suas funcionalidades. Estando tudo “OK’, me passou um documento de “instalação concluída”, o qual deveria ser preenchido com meus dados e encaminhado ao escritório central do sheriff do nosso condado.

Tal documento foi preenchido e anexado junto a ele um cheque de $25 dólares, correspondente a taxa de registro do nosso sistema de alarme na central de polícia por um período de 1 ano. Esse documento foi respondido pelo sheriff, informando o meu número de registro e que, a partir daquela data, os acionamentos do alarme seriam atendidos por eles. Incrível!

O sistema de atendimento é simples e funciona basicamente da seguinte forma:

• Disparo de alarme por sensores:
Neste caso, o sinal do alarme é recebido pela central de monitoramento privada (a que contratamos) e eles ligam para os nossos números, registrados no sistemas deles, para confirmar o que está acontecendo e daí tomam-se as medidas cabíveis para cada caso. Dependendo da situação, pode ser solicitado o envio da viatura da polícia ao local.

• Disparo de Alarme por pânico/coação:
No caso desse tipo de acionamento, o alarme é atendido direto pelo escritório do sheriff, que envia a viatura ao local (5 a 7 minutos para chegar), enquanto a central tenta contato para descobrir o problema!

Como muita gente deve saber, há pelo menos duas formas de ligar um sistema de alarme numa residência. Uma forma é quando se está dentro de casa (ligamos apenas os sensores perimetrais – portas e janelas), e outra quando estamos fora de casa, que são acionados todos os sensores, incluindo os de presença (IVP – infravermelho passivo).

Certo dia, saímos de casa e ligamos o sistema completo, mas esquecemos que o nosso animal de estimação (um gatinho levado e superagitado) tinha ficado em casa. Mesmo que nossos sensores sejam próprios para pets, nosso gato é arteiro e o sensor disparou.

Em meio ao nosso almoço, recebemos de forma concomitante uma ligação da empresa de alarme e uma mensagem em nosso celular, informado que o sensor da sala havia disparado! Foi um susto e, sem entender direito e imaginado o pior, acatei de imediato (sem pensar no gato) a sugestão do operador em solicitar o apoio policial ao local.

A polícia foi a nossa casa, fez uma vistoria e não achou nada de errado! Deixou na porta um gentil aviso informando que, na primeira e segunda vez, o atendimento de alarmes falsos (por mal uso, mal instalação ou qualquer outro motivo) era de graça, mas na terceira vez em diante será cobrado, com aumentos progressivos, iniciando em $250 dólares.

Já pensaram se a moda pega no Brasil? A polícia iria ganhar muito dinheiro! Brincadeiras a parte, a lição neste caso é o comprometimento de todos (instaladores e usuários) com a qualidade dos sistemas – essa moda deveria pegar mesmo no Brasil!

Matéria publicada em minha coluna no jornal Gazeta Brazilian News: http://gazetanews.com/author/igor-pipolo/.