Segurança Estratégica – Posicionamento na Estratégia dos Negócios

Obter informações e produzir conhecimento próprio, é tão importante quanto formar uma estratégia para o seu exercício e produção de resultados.

Quando falamos em Proteção Física, por exemplo, estamos nos referindo a atuação da Segurança pelos meios estruturais e técnicos, ou aplicados de forma técnica, onde o objetivo principal é prevenir a ação das ameaças impondo dificuldades que nos permitam o seu controle, identificação e resposta eficiente.

Estas dificuldades impostas devem atender aos objetivos de proteção, porém, antes disso elas devem respeitar as necessidades daquilo que protegemos nas suas funções objetivas e funções dentro de um processo na busca dos seus resultados originais. Ou seja, não podem representar dificuldade também às funções regulares daquela empresa, atividade ou pessoa em particular que estamos protegendo.

Assim, um plano de segurança deve estar fundamentado no conhecimento da dinâmica daquilo que protegemos observando a sua participação dentro de um processo, compartilhando dos seus objetivos. Qualquer mudança no processo, que ocorra em função de proteção, deve trazer melhorias comprovadas e assumidas por todos os envolvidos.

Referindo-me mais especificamente a uma empresa, é comum a impressão de que as ações e medidas de Segurança são implementadas com o prejuízo das demais áreas do negócio, principalmente quando os seus decisores não são profissionais da área. Seja por falta de conhecimento, dificuldade em questionar os outros processos, ou comodismo, algumas vezes transmitimos a imagem final de que a Segurança dificultou. Logo, é posicionada à margem do negócio pela opinião organizacional, tornando-nos ironicamente “marginais”, para com a empresa…

Considerando que uma empresa congrega um conjunto de atividades em processos individuais, e cada uma destas atividades representa um valor importante para o alcance dos seus objetivos de negócio, observamos então que o seu resultado esperado é produzido através da interligação destes valores, por seus processos interdependentes. Está identificada a “cadeia de valores”.

Buscando o conhecimento sobre os processos e necessidades de cada atividade, tanto praticamos a inclusão da Segurança nesta cadeia de valores quanto trazemos as demais atividades aos nossos processos de proteção, conquistando a nossa participação nos processos de decisão e mudanças do negócio.

Desta forma obtemos quantidade e qualidade adequadas de informações para dirimir as ações e medidas de Segurança com reconhecimento e validação formal pela empresa como parte ativa de seu negócio. Ainda, ao mesmo tempo, as medidas indicadas porém não reconhecidas fornecerão melhor subsídio para a decisão sobre os riscos assumidos por cada processo.

É uma ótima oportunidade de informação e comprometimento geral com o impacto das decisões de Segurança nos resultados do negócio, que apoiará a elaboração ou manutenção adequada do Plano de Continuidade dos Negócios na sua capacidade de contingência e resposta à emergências.

Repare que estamos tratando de uma estratégia onde a mudança cultural gera a transição da Segurança de uma condição passiva para ativa, buscando a participação proativa. Esta traduz-se também em Prevenção, que é a atuação de maior eficiência e de menor custo que todos conhecemos, pregamos e normalmente praticamos com restrição.

A mudança cultural a que me refiro começa com o próprio profissional de Segurança para que, com aplicação tática simultânea de seus meios de proteção envolva a empresa e seus processos em todos os níveis.

Quando as nossas ações e medidas são planejadas e aplicadas em função das atividades individuais e de interdependência na cadeia de valores da empresa, estamos protegendo os diversos processos de negócio garantindo o exercício das suas funções conforme planejado, e preparando as operações para a ação de possíveis ameaças que provocariam a sua interrupção.

Atuar nos processos de negócio é proteger a empresa adequando as ações e medidas de Segurança em função da sua cadeia de valores, identificando oportunidades nas suas diversas atividades como medidas subjetivas de Segurança e, apenas complementando com as medidas objetivas, provocando somente mudanças que mantenham ou melhorem os seus resultados operacionais e financeiros.