Segurança Pessoal – “chovendo no molhado”

A impressão do jargão “chover no molhado” remete a algo repetitivo e sem efeito, mas, se pararmos para observar, a “chuva no molhado” traz “novo conteúdo” do mesmo conteúdo que já estava onde caiu, porém, alterando ou renovando o seu volume e causando um “novo movimento”, no que estava parado ou em ritmo diferente.

Desta forma, trago a expectativa de que este “novo” conteúdo do que já sabem, contribua com o volume e com o ritmo atual das suas decisões relacionadas a algo tão importante, que é de efeito capilar em todas as demais competências de Segurança e de Controle de Riscos Corporativos – Segurança Pessoal, cuidar da integridade física e da vida das pessoas, ainda que pelo mero estímulo ao repensar e redefinir suas convicções.

É neste sentido que precisamos tratar a Segurança Pessoal, “conteúdo” que muitos executivos de segurança, assim como prestadores ou tomadores destes serviços, consideram já de domínio e entendimento suficiente para seguir como estão, porém, ao depararem-se com situações e ocorrências críticas nesta matéria, ou nas oportunidades de tratarem seus relatórios de análises, planos de ação e de investimentos, percebem que aquele “mesmo conteúdo” retém o “mesmo volume” de soluções na limitada “percepção de sempre” e, para piorar, mantém-se no ritmo da “mesma reação” emergencial de sempre, ou no outro extremo, que é o ritmo da “mesma procrastinação”  sendo apenas tratada por oportunidade ou conveniência de “encaixe”  entre as demais pautas executivas da alta gestão, sendo considerada de menor importância ao negócio.

Ambas as situações, de volume e de ritmo, são relevantes para o sucesso e para a rentabilidade da organização, a partir da contribuição expressiva das análises, planos e gestão de segurança pessoal sobre o desenvolvimento das estratégias organizacionais, em garantia do atingimento dos seus objetivos para resultados financeiros em seu segmento, e para a sociedade pelo seu efeito econômico entre todas as partes relacionadas, desde o planeta até a comunidade do seu entorno.

Cuidar de vidas, embora pareça uma atividade de efeito predominantemente em favor de uma ou mais “pessoalidades” ou interesses pessoais, na verdade tem seu maior efeito na garantia do cumprimento de uma estratégia, seja governamental no interesse da soberania e defesa nacional, ou corporativa no interesse dos resultados financeiros e contribuição econômica na sociedade, portanto, trazendo os benefícios à pessoalidade ou interesse pessoal ao nível de “valor agregado” que, como tal deve ser administrado pelo executivo à frente desta competência, garantindo que as decisões relacionadas sejam orientadas pelo devido critério de prioridade, com o olhar na estratégia e resultados financeiros da organização “combinada” com as características e necessidades pessoais, considerando também os “desejos” individuais, porém, sem que haja uma inversão de importância que comprometa o objetivo final, de garantia da execução de todas as atividades, pessoais e organizacionais, que sejam imperativas para os melhores resultados dos negócios, combinados aos melhores efeitos na vida e na família.

Desta forma, através do devido critério de decisão em alto nível organizacional, pessoas e negócios estarão devidamente preparados para situações adversas, que possam causar uma interrupção inesperada e por tempo indeterminado contra as operações corporativas e atividades pessoais, prevalecendo-se do conhecimento sobre as estratégias de controle dos riscos de segurança pessoal – evitar; prevenir; proteger; transferir/compartilhar; assumir, o que permite rentabilidade nos investimentos, justificados pela relação técnica entre os riscos e suas perdas com os meios de controle, verificados e gerenciados através de indicadores financeiros, amparando os indicadores funcionais de controle.

Ou seja, para um resumo em nível estratégico, falando em Governança Corporativa, estamos garantindo a geração de valor em favor do ambiente de negócios, suportando princípios de governança exigido para o cumprimento da responsabilidade corporativa no controle das externalidades negativas e aumento das positivas.

É importante observar que a atividade de Segurança Pessoal, tanto no ambiente governamental quanto no ambiente público, está inserida na área de Inteligência, ou seja, apesar de toda a percepção bélica e truculenta estereotipada, trata-se de uma ação contínua de inteligência em favor das melhores relações entre as pessoas, garantindo as realizações de negócios com benefícios pessoais que suportam uma condição holística de realizações pelas pessoas.

Desta forma, além de preservar a integridade física e a vida das pessoas, em suporte a atividade de Segurança Pessoal temos processos de análise e investigação contínua dos ambientes, no que diz respeito a conduta, o que estende a importância desta atividade no contexto de governança, navegando funcionalmente e de forma peculiar entre as “linhas de controle” em suporte a Equidade no tratamento justo e isonômico dos sócios e partes interessadas, como suporta a Prestação de Contas (accountability) para a devida responsabilidade integral pelos atos.

Na expectativa de que esta “chuva no molhado” tenha contribuído aos seus atuais conteúdos estratégicos em Segurança Pessoal, movimentando o ritmo tático e operacional em seu ambiente de negócios, recomendo que esta matéria seja parte integrante das pautas da alta gestão, com a abordagem à altura do interesse dos negócios e todas as partes relacionadas a partir dos melhores benefícios possíveis que possam ser gerados às vidas das pessoas, direta e indiretamente.